O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) anulou recentemente três autos de infração ambiental aplicados contra um vereador do Recife, sob o fundamento de ausência de provas mínimas que demonstrassem a prática de infrações. A decisão, proferida pela 8ª Turma, reforça um princípio essencial do Direito Sancionador: nenhuma sanção administrativa pode ser imposta sem a comprovação efetiva da conduta infracional.
Segundo os autos, o vereador havia sido multado pelo Ibama por supostas infrações relacionadas ao transporte de madeira sem documentação ambiental adequada. No entanto, conforme argumentou a defesa e reconheceu o TRF-1, os autos de infração não apresentavam qualquer prova concreta da ocorrência das infrações ou da relação entre o autuado e os fatos imputados.
A exigência de prova mínima: segurança jurídica no Direito Ambiental
O caso chama atenção não apenas por envolver um agente político, mas, principalmente, por destacar a importância do respeito ao devido processo legal administrativo. Embora o Direito Ambiental seja marcado pelo princípio da precaução, isso não autoriza presunções automáticas de culpa ou a imposição de penalidades com base em meras suposições.
Como destacou o relator do caso, o juiz federal convocado Rodrigo Rigamonte, o processo administrativo não apresentou documentos, fotos, perícias ou elementos materiais que justificassem as sanções aplicadas. A decisão reitera que, ainda que o Estado tenha o dever de proteger o meio ambiente, esse dever não pode se sobrepor às garantias fundamentais do administrado, como a ampla defesa, o contraditório e o direito a um julgamento justo.
Implicações práticas para empresas e gestores
A decisão do TRF-1 tem reflexos importantes para empresas, produtores rurais, concessionárias e demais agentes regulados por órgãos ambientais. Dentre os principais pontos que merecem atenção:
O julgado também reforça a importância de acompanhar com rigor técnico os processos administrativos ambientais, desde a notificação até o julgamento final, com estratégia de defesa adequada, inclusive com produção de provas contrárias, memoriais e eventual ingresso em juízo.
Conclusão
A atuação fiscalizatória dos órgãos ambientais é fundamental para a preservação do meio ambiente, mas não pode se distanciar das garantias constitucionais do processo legal. O caso analisado pelo TRF-1 mostra que o combate ao dano ambiental deve ser firme, mas sempre dentro dos limites da legalidade, da razoabilidade e da prova concreta.
Nosso escritório está preparado para assessorar empresas e pessoas físicas na gestão de riscos ambientais, no acompanhamento de autos de infração e na defesa em processos administrativos ou judiciais, garantindo segurança jurídica e estratégia técnica em cada caso.
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